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Historia

Banda formada por Eric Burdon após o fim dos Animals. Já estabelecido como uma das figuras centrais da cena britânica dos anos 60, Burdon – segundo Brian Jones o melhor vocalista de blues nascido na Inglaterra – decidiu mudar de vida. No fim da década deixou o Reino Unido, e na Califórnia começou um projeto com músicos que tocavam juntos há alguns anos e formavam uma big band de funk. A parceria foi consolidada em 1969, e a então nomeada Eric Burdon & WAR teria uma curta, mas explosiva carreira deixando um legado que tornaria-se marcante para o blues e referência para o funk que dominou boa parte da década seguinte. Radicado na Califórnia até hoje, Eric Burdon falou para a Speculum sobre o início da banda, a desastrosa reunião em 2008 e a última vez que viu o amigo Jimi Hendrix. Oito anos antes do lançamento de Declares War, ainda em sua cidade natal, Newcastle, Burdon conheceu o tecladista Alan Price e juntos formaram os Animals. Em 1964 mudaram-se pra Londres e chegaram no momento em que os Beatles conquistavam os Estados Unidos, a tempo de fazerem parte da onda de bandas inglesas que dominaram o mercado americano na lendária British Invasion. Poucos meses depois lançaram a música que se tornaria um dos maiores hits da década, uma versão para o clássico folk “House of the Rising Sun”, que os catapultou ao primeiro lugar nas paradas de singles inglesa, americana e de vários outros lugares do mundo. No fim de 1966 tinha início a segunda encarnação dos Animals, e sob o nome de Eric Burdon and The Animals, lançaram Eric is Here. Como toda a geração, tiveram uma fase psicodélica e gravaram mais três discos nesse período, sendo Love Is, de 1968, o último lançado antes do fim da banda. Burdon, então, mudou-se para Los Angeles, e teria início um dos períodos mais criativos de sua carreira. Recém chegado à Califórnia, Eric ainda não tinha uma banda e fazia apenas jams com o gaitista dinamarquês Lee Oskar. Foi quando Jerry Goldstein, produtor e amigo de Burdon, teve a idéia que culminou na formação do WAR. Foi tudo muito direto, segundo Eric: “Jerry veio até mim com a idéia de me colocar com uma black band, e me disse que deveríamos começar a procurar por músicos”. Pouco depois foram ao clube Rag Doll , onde tocava a banda Nightshift. “Terminamos nesse clube e vimos o Nightshift. A banda era muito grande para se fazer uma turnê, e tivemos que diminuir o tamanho, o que não foi nada agradável pois é difícil dizer a alguém que não há espaço para ele e que não é mais bem-vindo, mas por fim acabamos com 7 membros. Adicionei Lee Oskar na gaita, Papa D ficou na percussão e mantivemos Charles Miller no sax tenor”, contou Eric. Houve um choque inicial entre Eric Burdon e os músicos do Nightshift, e a química da música que produziram surgiu exatamente da tentativa das duas partes em fazer prevalecer o seu estilo. Apesar de se tratar basicamente de música negra americana, Burdon e o gaitista Lee Oskar tinham uma formação inteiramente baseada no blues, enquanto os outros músicos tocavam funk. Sobre o conflito musical, Eric disse: “Como compositor e estando com uma black band, eu queria experimentar com o blues. Para minha surpresa, eles odiavam blues, consideravam desprezível. Levei um longo tempo para fazer Lonnie Jordan colocar os dedos no teclado e tocar um blues. No fim o convenci e terminamos com uma música realmente linda chamada “Mother Earth” que eu havia aprendido com Memphis Slim em Paris alguns anos antes. Foi difícil levá-los às raízes do blues (…) eles queriam entrar na música mais funkeada”. “Ensaiamos por um ano, e eu ia de LA para Long Beach, que era uma perigosa área de gangs naquela época, mas não tive muitos problemas. Após longos ensaios, fizemos uma turnê pelos clubes mais sujos do Alasca a Avalon e por fim entramos em estúdio”, contou Eric. Após três dias de gravação, terminaram Eric Burdon Declares War, lançado em abril de 1970. Com muitos improvisos e longas faixas, o álbum conseguiu capturar a atmosfera dos shows ao vivo, e em pouco tempo chegou a disco de ouro. Após o lançamento, iniciaram uma extensa turnê pelos Estados Unidos e Europa. Com um bom repertório de músicas próprias e entrosados após os inúmeros shows do ano anterior, eles causaram impacto nessa segunda turnê, levando um crítico da revista inglesa NME a declarar: “[WAR] é a melhor banda ao vivo que eu jamais vi tocar”. Foi no braço europeu da turnê, que uma das jam sessions mais lendárias da história aconteceu. Eric e WAR tocavam em Londres, quando Jimi Hendrix, amigo muito próximo de Burdon desde quando chegara à Inglaterra em 1966, apareceu para uma jam. Aquela seria a última apresentação ao vivo de Hendrix. “Estávamos tocando no Ronnie Scott`s, e era a primeira vez que uma banda que não tocava Jazz se apresentava lá. Uma noite, Jimi apareceu e disse que queria fazer uma jam. Ele subiu ao palco e começamos um longo improviso tocando “Tobacco Road”. Foi quando eu vi uma grande e poderosa batalha onde Hendrix estava obviamente tentando liderar a banda e o guitarrista do WAR, Howard Scott, não queria permitir, e aquilo se transformou em um duelo de guitarras. Foi uma coisa maravilhosa ver Howard Scott tocar o melhor que ele jamais havia tocado porque estava lá, lado a lado com o grande Jimi Hendrix. Foi uma grande noite”, disse Eric. Menos de 72 horas depois, Hendrix faleceu. “Infelizmente, quando Jimi foi embora eu senti que não o veria novamente. Ele disse adeus no camarim e foi em direção ao público, para os braços das groupies e fãs que o esperavam. De fato, depois daquela noite nunca mais o vi. Mais do que isso, não posso dizer mais nada porque passei minha vida tentando esquecer”. Em dezembro de 1970, Burdon e WAR lançaram o álbum duplo The Black Man`s Burdon, com longas jams e improvisos em torno de temas, além de uma versão de 13 minutos para “Paint it Black” dos Rolling Stones. As divergências musicais, num primeiro momento fundamentais para criarem a obra que criaram, finalmente pesaram negativamente, e Eric deixou o grupo no meio da turnê Européia. Sem Burdon, a banda cumpriu os shows já agendados e entrou em estúdio para gravar seu primeiro álbum solo, intitulado WAR e lançado em 1971. “Acabamos nos separando e seguindo caminhos diferentes. Foi no fim uma ótima experiência ouvir as músicas deles tocando nas rádios”, disse Burdon. Ao longo da década, WAR conquistou grande sucesso de público e respeito da crítica, tornando-se umas das bandas mais importantes dos anos 70 e vendendo mais de 50 milhões de discos. Em 2008, Eric Burdon e WAR (que contava apenas com o tecladista Lonnie Jordan da formação original) reuniram-se para um show único em Londres, após 37 anos desde a última vez que haviam tocado juntos. “Sempre houve rumores sobre a reunião com WAR, até que apareceu a oportunidade de irmos pra Inglaterra e tocarmos no Royal Albert Hall”, disse Eric. “Eu decidi dar uma chance, mas percebi que não era a mesma banda e a atitude deles havia mudado. Eles tinham bons músicos. Gostei do baixista, do guitarrista e dos percussionistas, e o saxofonista era excelente, mas no geral eles se tornaram uma “show band”. Eu definitivamente não gostei do show, e na verdade, eu estava rodeado por memórias ruins sobre a morte de Hendrix porque estávamos na mesma vizinhança onde ele morreu. Eu terminei quase tendo um colapso nervoso quando voltei para os Estados Unidos, e ninguém entendeu o que havia acontecido. Isso mostra que não haverá mais reuniões do WAR. Eu aprendi o suficiente para nunca dizer nunca, mas estou certo de que é algo que aconteceu no passado, e é lá que deve permanecer”.

Curiosidades

 

Em 2008, os dois álbuns foram relançados e, apesar da desastrosa reunião, Eric Burdon Declares War e The Black-Man’s Burdon tornaram-se clássicos e estão aí para serem ouvidos.

Integrantes

Eric Victor Burdon

Discografia

Eric Burdon Declares "War" (1970) - Link

The Black-Man's Burdon (1970) - Link

Love Is All Around (1976) - Link

Ronnie Scott's Club, London (1970) - Link

Love is All Around (1976) - Link

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              Vídeos

                                                                                                                         

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